Quanto
Quanto tempo não sinto os versos a me olharem.
Quanta lágrima passeou pelos olhos meus em detrimento
Da distância instaurada por um tempo louco que faz suas amarras.
Quanta saudade,
Quantos olhares perdidos e escondidos entre o fio escasso da vida,
Que nos convida a rir e chorar sem ao menos pedir licença.
Quanta inocência violada por olhares que acusam,
Que causam,
Que caçam pela procura inesperada,
Pela volta desejada de contatos
Com seus tatos inseridos por bytes a jato.
Quanto fato percebido no ato do olhar.
Quanto mar, quanto ar, desprendimento,
No momento do amor que ainda existe,
Por ti, por teus versos, tuas letras.
Quanta vontade de olhar-te pela primeira vez
E cultivar o instante como se fosse o último.
O olhar é só o princípio e,
Ainda assim,
Permanece para sempre como a saudade que se abate sobre mim.