Movimento lento
Há vida fora,
E eu me perco,
Em meus pensamentos.
E busco olhares,
Esquecidos,
Na memória,
Em dias cinzentos.
O céu chora,
Não por mim,
Mas por ressentimento.
Que expresso em prece,
Em oração,
São quase lamentos.
Faço a bagagem,
Vou de viagem,
A um passado,
De arrependimento.
Pela janela,
Paisagem,
Em que o progresso,
Obsoleto,
É a imagem,
De anos sem movimento.
A alegria,
Pitoresca,
Sem responsabilidade,
Ali,
Anda em passos lentos.
Vejo o menino,
Correndo,
Que se esconde aqui dentro,
Que agoniza,
E luta,
Contra o esquecimento.
Quando chegar ao destino,
Não volto,
E como o rio,
Vejo as pedras,
Sempre em movimento.