Tempo
Eles falam com o tempo.
Tentam controla-lo e molda-lo
Ao seu bel prazer.
Me dizem que passa rápido.
Mas já não sei dizer.
Minha boca não fala mais.
A voz gritante que por dentro me consome.
Já não tem mais o que dizer.
Pois o tempo perdido já foste.
E não há como tornar.
Tornar a uma idealização distante.
O paraíso ilusório de infância cada vez mais distoante.
Voltar ao sítio antigo de longas memórias.
Onde a criança corria entre longas palmeiras e um sonho delirante.
Nada foi perfeito, nunca tão auspicioso, mas o amei até aquela manhã.
A manhã onde se percebe que já não se é mais criança