Tempo

Eles falam com o tempo.

Tentam controla-lo e molda-lo

Ao seu bel prazer.

Me dizem que passa rápido.

Mas já não sei dizer.

Minha boca não fala mais.

A voz gritante que por dentro me consome.

Já não tem mais o que dizer.

Pois o tempo perdido já foste.

E não há como tornar.

Tornar a uma idealização distante.

O paraíso ilusório de infância cada vez mais distoante.

Voltar ao sítio antigo de longas memórias.

Onde a criança corria entre longas palmeiras e um sonho delirante.

Nada foi perfeito, nunca tão auspicioso, mas o amei até aquela manhã.

A manhã onde se percebe que já não se é mais criança

Naralmeida
Enviado por Naralmeida em 14/03/2024
Código do texto: T8019888
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