Saudade.
Quando a saudade não cabe mais no coração,
Ela transborda pelos olhos, numa silenciosa canção.
Lágrimas bailam, descem, um rio de emoção,
Narram histórias de amor, perda e paixão.
Nessa cachoeira que verte do olhar tão profundo,
Cada gota é uma palavra, um sentimento do mundo.
Lembranças dançam na mente, girando sem fim,
Saudade é nome que se dá, quando o amor está assim.
Por entre as estrelas, no céu da recordação,
A alma viaja leve, sem peito ter prisão.
Mesmo que a distância imponha a sua condição,
O afeto verdadeiro não conhece restrição.
Ecoam risos e sussurros em cada pingo derramado,
Como chuva no deserto, o passado é resgatado.
Quando a saudade transborda, é o amor confirmado,
Pois só se chora assim por alguém que foi amado.
Feito música que toca sem ninguém ter que tocar,
Saudade é melodia que ninguém pode calar.
Em cada lágrima que cai, há uma história para contar,
De um amor tão grande, que só sabe se eternizar.
E quando enfim se acalma a tempestade do sentir,
O sorriso vem à tona, trazendo o porvir.
Pois mesmo que a saudade faça o coração partir,
Ela é a prova viva de que é possível reconstruir.
Assim é o sentimento que não cabe no peito,
Transforma o interno em externo, num ato perfeito.
A saudade é a prova de que o amor é eleito,
E mesmo pelos olhos, é lindo e sem defeito.
Autor: Eugênio Gomes Jorge