Saudade.

Quando a saudade não cabe mais no coração,

Ela transborda pelos olhos, numa silenciosa canção.

Lágrimas bailam, descem, um rio de emoção,

Narram histórias de amor, perda e paixão.

Nessa cachoeira que verte do olhar tão profundo,

Cada gota é uma palavra, um sentimento do mundo.

Lembranças dançam na mente, girando sem fim,

Saudade é nome que se dá, quando o amor está assim.

Por entre as estrelas, no céu da recordação,

A alma viaja leve, sem peito ter prisão.

Mesmo que a distância imponha a sua condição,

O afeto verdadeiro não conhece restrição.

Ecoam risos e sussurros em cada pingo derramado,

Como chuva no deserto, o passado é resgatado.

Quando a saudade transborda, é o amor confirmado,

Pois só se chora assim por alguém que foi amado.

Feito música que toca sem ninguém ter que tocar,

Saudade é melodia que ninguém pode calar.

Em cada lágrima que cai, há uma história para contar,

De um amor tão grande, que só sabe se eternizar.

E quando enfim se acalma a tempestade do sentir,

O sorriso vem à tona, trazendo o porvir.

Pois mesmo que a saudade faça o coração partir,

Ela é a prova viva de que é possível reconstruir.

Assim é o sentimento que não cabe no peito,

Transforma o interno em externo, num ato perfeito.

A saudade é a prova de que o amor é eleito,

E mesmo pelos olhos, é lindo e sem defeito.

Autor: Eugênio Gomes Jorge

Jorge sedução
Enviado por Jorge sedução em 18/02/2024
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