TRIÂNGULO
Na relva
perto da grande poça d’água
éramos felizes e sabíamos
topadas, tombos, joelhos ralados
riso e choro na mesma canção
as cabriolas não paravam...
bois de manga, carros de quiboa, picula...
barcos partindo
guiados por pedras, paus e gritos:
o meu vai ganhar
corríamos, mas o tempo não
ele entendia a nossa pressa
e folgava conosco
do amanhecer ao entardecer:
hora de lavar os pés
relutávamos
esperneávamos
estrebuchávamos
frágeis argumentos...
logo mais estaríamos ali, outra vez:
nós, a relva e a grande poça d’água
nesse Triângulo de amor.