TRIÂNGULO

Na relva

perto da grande poça d’água

éramos felizes e sabíamos

topadas, tombos, joelhos ralados

riso e choro na mesma canção

as cabriolas não paravam...

bois de manga, carros de quiboa, picula...

barcos partindo

guiados por pedras, paus e gritos:

o meu vai ganhar

corríamos, mas o tempo não

ele entendia a nossa pressa

e folgava conosco

do amanhecer ao entardecer:

hora de lavar os pés

relutávamos

esperneávamos

estrebuchávamos

frágeis argumentos...

logo mais estaríamos ali, outra vez:

nós, a relva e a grande poça d’água

nesse Triângulo de amor.

Paulo Bibiano
Enviado por Paulo Bibiano em 09/02/2024
Reeditado em 09/02/2024
Código do texto: T7995688
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