Saudade-oceano

Há sempre uma saudade

Enrolada num papel,

Rasurada, ofendida,

Esquecida no silêncio.

Tal saudade habita

O subterrâneo

De cada ser:

O entre e o talvez.

É cheia, vasta, cara, oceânica.

A saudade é um remexer de ondas,

A naufragar barquinhos de papel,

No mar do agora, pelo ser do ontem.