TEMPO
– ESPEREI –
Por seu amor no tempo,
Em lentos e infindos segundos,
E como me abatia cada badalada,
Cada tique-taque, ademais do que tencionava.
Aquele relógio não se atrapalhava
– Instante algum – lembrando-me
Do torturante desígnio
E ausência
Sua.
Queria manipular
O passado – meu presente –
Quiçá o futuro... Encurtar assim a dilação,
As estações – a temível sensação de impotência...
Mas a máquina não sossegava, forçando paciência,
A única solução era deixá-la seguir seu badalar,
O tique-taque que infundia rugas e distanciamento.
Queria o amor, mas era hora de silêncio,
E de deixar transcorrer o tempo,
Nada que fazer, só aguardar,
Séculos, anos e horas
– ESPERAR –