Se não me encontrares!

Se porventura olhares em redor

e não me encontras, apenas vês a minha sombra,

é porque parti, é óbvio.

Mas...parti sem querer, ficou a dor.

Ficou o desejo de te abraçar,

de voltar, viver a paixão e devorar o amor.

Ficou o vazio, não me encontrastes,

de mim sô ficou o odor, mesclas de ansiedade e

protuberâncias do desejo de amar.

Não me encontras

saí , de ti , de teu mundo,

mesquinho, duvidoso e puritano,

saí, apenas saí.

Dislexia de sentidos, de foco,

de atração, ainda que imoral, insano.

Ficou o desejo de te conhecer,

tantos dias e noites e não nos conhecemos.

Os passeios , as conversas, os brindes ou as partilhas,

sempre fui eu, cristalino, transparente e dedicado

tudo vazio, só tempo de desilusão, tirano.

E quando chegou a hora de partir,

não me encontras-te, nunca ali estive , apenas e só,

a tuas ilusão as tuas ilusões.

Viveste a tua utopia, afinal...

nunca ali estive, tudo foi nada , pó,

fluido dos desejos de ser feliz.

Apenas o desejo de não estar só.