AMOR MENINO
A agonia dos meus pensamentos...
Os doces tormentos
Que insistem em me perturbar.
Eu choro calado...
São lágrimas desamparadas
De um menino triste.
A cor dos olhos meus...
Que sonham com os seus,
Vivem a me assaltar.
Quão doce era a alegria
De amar você.
Minha linda mulher...
Dos lábios cor de amora
Que antes beijavam...
O vento, a flor.
Seu hálito puro...
Seus cabelos longos,
Seu sorriso lindo, franco.
Eu lembro, e como lembro.
Daquele encontro na calçada,
Da rua em que você morava
E dos bailes aos domingos.
Recordo as suas mãos suaves
A deslizarem no meu rosto.
O seu contorno naquele
Vestido azul e branco.
Penso que a vida não me foi justa,
Levou consigo o meu sonho.
Como é triste!
Um homem que chora.
As lágrimas nascem
Pequenas e receosas.
São lágrimas cansadas,
Que ainda choram.
Ó doce morena.
Ilhéus/Ba, 02 de fevereiro de 1984.