eu também te amo
quando ela dizia que me amava, eu
eu não sabia como reagir.
talvez por nunca ter ouvido isso antes
talvez por nunca ter dito
talvez fossem palavras fortes demais pra mim,
grandes demais pra passar pela minha garganta,
então sempre tive de engoli-las.
confinei-as à minha prisão,
companheiras de cela do pássaro azul
do qual Bukowski tanto me contou.
apesar disso, fiz o melhor que pude
para comunicar o sentimento sem apalavriá-lo.
em cada viagem que fizemos,
em cada filme que assistimos,
em cada olhar que trocamos,
eu a amei como jamais havia amado antes.
hoje, sobre a cama que exploramos cada centímetro,
estou sozinho, mas rodeado de seus indícios
ainda carrego aquilo que sempre foi seu
e embora pareça tarde demais, espero que saiba...
eu também te amo.