PELA MANHÃ

Descobri pela manhã

Que minha noite de insônia

Era você.

Que meus suspiros profundos,

Todos ofegantes, eram você.

Era você, os meus olhos perdidos em um tempo que não sei,

Minhas mãos vazias num gesto de adeus,

Meu pensamento fixo numa fotografia apagada.

Descobri pela manhã que o eco de sua voz me ensurdecia

No silencioso dessa casa,

Que seus vestígios fora e dentro de mim

Ocupavam todos os espaços

Ainda que no vão do meu abraço,

Eu não tivesse você.

Descobri pela manhã

Que já era tarde.

E ainda que a saudade me arda

E arde

Você se foi,

E eu fiquei aqui...

By Nina Costa, in 03/01/2024.

Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 03/01/2024
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