Eu dava tchau para aquela janela
A mais de uma década
Desde o momento em que escrevo esses versos
Dava tchau para a minha avó materna
Depois de visitá-la
E eu via o seu sorriso de longe
Depois de ter visto bem perto
Como se fosse viver para sempre
Cada vez mais velha
Mas sempre presente
Mas ela se foi no dia do meu aniversário
E eu nem pude me despedir
E só consegui chorar por ela
Pouquinho, baixinho
Porque eu não sei dizer adeus
Mas eu espero que ela tenha encontrado o seu
E que esteja olhando por mim
Por todos nós
Por esses olhos que o véu esconde
Que a razão nega
Que continue existindo como um amor eterno
Esse mesmo amor que eu sinto por ela
E aquela janela se tornou mais que uma lembrança, um símbolo tão belo
Desse amor em que existimos
Resistindo a tudo
À crueldade humana e à do tempo a sua pressa
Desse amor que eu sinto
Quando eu lembro da minha avó se despedindo