IDIOMA DO MEU PEITO
Caymmi dizia numa canção:
“É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar...”
Meus olhos viram um mar
Ao som doce do violão
A voz de Clara Nunes ressoa
Meu coração revira de saudades.
Notícias chegam.
Algures alguém retorna.
Meu peito bate descompassado
Olhos afogados
Em lágrima de saudade
Eu nem pude tocar-te
Mas de onde estou enviei-te carinhos
Secretos
Em português diz-se saudade
Nenhuma língua pode traduzir
O idioma do meu peito cansado
Sem versos
Sem jeito
Sigo
Pensando em ti
E sonhei perdida
Acariciando teus cabelos
Deslizando nas notas do teu corpo
Querendo
Cuidar do amor
Que quase morre de inanição
E desperta sonâmbulo
Pelas letras que chegam
Porque tanto amor
Para escorrer na vereda erma
Como se fora vala comum
Como se não fora bom e belo
Amar por amar
E dar sentido ao que não se espera