O Velho Carro de Boi
No rastro de uma história singela,
O carro de boi, símbolo do sertão,
Ecoa lembranças de uma vida bela,
Nas veredas da antiga Minas em ação.
Estradas escassas, caminhos de terra,
O carro de boi rasgando a paisagem,
Com seu ranger, uma canção se encerra,
No compasso lento da rude viagem.
Das montanhas altivas aos vales profundos,
Carregando sonhos, esperanças e suor,
O carro de boi, valente e fecundo,
Era o progresso, o elo condutor.
Em meio à poeira que a terra erguia,
O boi manso puxava com destemor,
Lágrimas no olhar, sorriso na poesia,
Atravessando um sertão de amor.
Nas mãos calejadas dos bravos condutores,
A força bruta do trabalho se via,
Unindo comunidades, vencendo os temores,
O carro de boi, em Minas, se eternizaria.
Era o tempo do compasso lento,
O som dos chocalhos anunciava a chegada,
Do carreiro com seu olhar atento,
Guiando a riqueza daquela jornada.
Hoje, estradas pavimentadas se estendem,
Mas a alma do carro de boi jamais se esquece,
Minas guarda o legado que a história defende,
Do progresso que o sertão um dia trouxe e cresce.
Assim, nas memórias de um passado distante,
O carro de boi permanece em poesia,
Um símbolo de força, de luta constante,
Que transformou Minas em melodia.
>>> Poema de meu livro "Terras de Minas"