O Berço
Lá atrás, quando parti
Daquele pé de serra onde morava,
Deixei para trás a maior parte do meu mundo,
Naquela antiga casa à beira da estrada
No galho da mangueira, abandonei o meu balanço de cipó,
No varal, ficaram pendurado minhas roupas surradas,
Minha tralha de pescaria encontrei abrigo no paiol,
E o estilingue em algum conto ficou jogando.
Soltei o cavalo baio, para que ele pudesse vagar pelas campinas .
Sob a cumeeeira da varanda, amarraram sua arreasta,
E o Gaúcho, meu fiel cãozinho vira-lata,
Latindo, se despediu, seguindo pela estrada,
Em um adeus triste que eu sabia que seria para nunca mais.
Levei comigo o que não pude deixar para trás,
Para que permanecesse bem guardado ba minha memória,
Hoje, são como águas do passado, escorrendo do açude,
Em gotas de saudade de uma infância simples e pura,
Ao lado do riacho de águas prateadas.