TANTO AMOR
Ide brisa de primavera,
Pela atmosfera,
Com seu sensório frescor,
Dizei para o meu amor,
Que a dor da saudade,
Penetra na intimidade,
Dilacera.
Dizei brisa – sim!
Que eu peço socorro,
Se ela não voltar para mim,
Eu me perco, eu morro,
Antes da hora,
Alma errante, indefesa.
Dizei leve correnteza,
À minha luz da aurora,
Que sem ela a vida não tem graça,
A vida apenas passa...
Não encanta, não reverbera,
É primavera sem flor,
É belvedere cinzelado,
É não saber o que fazer,
Com tanto amor guardado.
Dizei para ela vir me resplender,
Enternecer minha gravura,
Antes que toda essa dor,
Se transforme em loucura.