Quando a Saudade Bater Bata a Porta
Quando a saudade tocar, tranque a porta com esmero,
Feche-a, com cuidado, num gesto austero.
Não ouse abri-la, resistência é sábia escolha,
Cubra os sorrisos, abafe a alegria que se evola.
Não permita que os fragmentos de júbilo se desprendam,
Nem as borboletas, em dança, pelo ar se estendam.
É dispendioso ceifar o que te fere com ardor,
É caro demais enfrentar o pós, o luto, a dor.
A desilusão cobra um tributo elevado,
Quando a saudade bate, bata a porta, é recomendado.
Embarque na fortaleza que a negação comporta,
Pois preservar a alma é uma arte que importa.