Recordando São Paulo
Tenho saudades da fumaça,
Não do seu cheiro, mas sim da graça,
Com que abandona as chaminés.
Tenho orgulho no meu peito
Por ter nascido paulistano deste jeito
Que não dá mesmo para explicar.
Se longe ouço as canções do asfalto,
Dedilhadas no prédio mais alto
Da linda Avenida São Luis.
São acordes metálicos que solenemente,
Vão soando pelas praças bravamente
Da Roosevelt até a Oswaldo Cruz.
Fico recordando minha São Paulo tão querida,
Tão cinza cimento, tão forte e aguerrida,
Que não vejo a hora de no teu seio me enterrar.