DESESPERO
Me afogo em lágrimas....
Que choro cansado
Como o orvalho da manhã.
Riacho que ostenta garboso
Suas águas turbulentas.
Um bicho selvagem...
Que rasga florestas e,
Insurge do tempo,
Na noite, o segredo...
De não mais esperar.
Eterno é o homem...
Que se diz caminho,
Como vôo de um pássaro,
Em rasante pelos campos.
Seres que se desmancham
Num lamento, triste pranto!
Feito a solitária chuva...
Que cai do tenebroso céu.
São mãos que acolhem...
Dores que comovem.
Emoção de quem já sofreu
Por um louco amor.
Pirapora/MG, 23 de agosto de 1992.