ALMA DE ROSA...
ALMA DE ROSA!
Um grito angustiado em meu silêncio,
retumba qual trovão, em tempestade,
mas ninguém ouve, e solitária penso
que é tão espesso quanto hermético e denso,
o calabouço onde está aprisionado...
Um pranto amargo em minhas faces rola...
Choro sozinha tantos dissabores,
porque ninguém tem que saber de espinhos
de solidão, de ausência de carinhos,
nem do trilhar num calvário de dores...
Busco o consolo das noites insones,
na poesia, no luar, no céu, no som...
Mas a saudade, essa cruel serpente,
vem sorrateira, amarga, inclemente...
E a harmonia logo perde o tom...
Tento isolar - me, sufocar a dor,
conter meu grito preso na garganta,
porém a vida me atrai fortemente,
preciso do perfume que dela se sente,
que é essência, seiva, Sol que em mim levanta!
Mais uma vez volto a lutar e sei,
mais uma vez serei vitoriosa!
Posso dobrar -me, junco em ventania,
porém não quebro, nem meu sangue esfria,
pois sou guerreira com alma de rosa...