Anelos
Quantas partidas?
Quantos adeuses
em três anzóis do tempo?
Quantos despeços
à mulher de coração vigoroso?
Quantas inquietudes,
perguntas jamais respondidas?
Nas prateleiras perfilam-se
as angústias das indagações
e os silêncios das respostas...
acolho-me, aquietada,
em minhas xícaras
transpassadas
de canyons profundos...
Meus desassossegos
anelam profundezas
que só encontro
ao abrir o coração...
Se fomos armadura de amor
e hoje somos levedura
a amaciar o agreste
de todo nosso vazio...
Que nos toque sempre a brandura,
o arder da paixão e o brado do amor
em nossos corações
em mútua adoração...