SAUDADE

No momento em que te vi...

Pela primeira vez me encantei,

Senti-me feliz por dentro,

E aos quatros cantos, bradei.

Que o acaso não existia...

Desencontros e imperfeição,

Era como se algo me afligisse

E tocasse o meu coração.

Quando meus olhos se esbarraram

Na cor dos seus olhos azuis,

Fui ao seu encontro apressado

Almejando por uma luz.

Era a minha metade da alma...

Meu oásis e minha paz,

Era como a água da fonte,

As estrelas e muito mais.

Quando toquei as suas mãos...

E num ímpeto te beijei,

Fui ao céu no mesmo instante,

Dos seus lábios abusei.

Um abraço longo e forte...

E os nossos corpos se encontraram,

Dois corações num ritmo louco,

Duas vidas se cruzaram.

A minha perfeita carência...

Suportei até te ver,

Era amor de adolescência,

O meu terno padecer.

Chorei feito uma criança...

Quando você se mudou,

Senti que ali te perdera,

Para sempre... meu amor!

Belo Horizonte/MG, 16 de outubro de 1988.