Perfil
Clarindo nasceu,
Fogos soaram;
Em berço de ouro,
Jamais repousou;
A vida campestre,
O alimentou.
Modesto cresceu,
Tantas desventuras;
Seu livro trazia,
A figura dos fortes;
Na família unida,
Buscou seu aporte.
Peleja de muitos;
Pauladas constantes;
Estradas compridas;
Degraus a galgar:
Um setenta de seca,
Foi difícil escapar.
A dureza dos dias,
O fez ser mais forte;
Da candeia a fumaça,
Cheirava o carvão.
E a labuta diária,
Na busca do pão.
Sem planos no olhar,
Nem mesmo promessas;
E na vida ia indo,
Seguindo o relento.
E nas preces a Deus,
Rogava proventos.
Os rugidos da luta,
Formavam bravuras.
Engrossavam as cordas,
E enchiam os barris.
A farinha na cuia,
Com tatu ou perdiz.
Bons ventos sopravam,
E na barra da saia,
Venta grande, barrigudo,
O rebento crescia.
Se traquino ou ranzinza,
Uma lapada ele tinha.
Aos trancos e barrancos,
E os desígnios da sorte,
Superava obstáculos,
Sem olhar para traz.
Metódico e atento,
Se torna rapaz.
Sensato, busca equilíbrio,
Com modéstia e destreza;
Sempre cultiva a razão,
E valoriza o saber.
Pois um dia na vida,
Espera vencer.
E aqui se relata,
Daquele o perfil;
Um produto do meio:
Mereceu, conquistou.
E também agradece,
A quem o ajudou.