Diário
O teu diário de capa preta
Tinha uma antiga imagem
Em tom do amor eterno
E da mais singela ternura.
Não era luto, era a iniciada luta
De teus dedos alvos e macios
A escrever palavras em aberto.
Sem cadeado, sem chave,
Aberto coração em calmaria
Ainda a chorar a tempestade.
As folhas amarelas e finas
Eram como solares pétalas
Que guardavam os enredos
Do teu tempo fresco ainda.