J. Rubens!
[evangelhista da silva]
Se foi
um amigo
quando amigo
já não se há
eis que chega ela
a infame e sacana desonra
a morte.
Esta inimiga inseparável
tragou o meu único e terno amigo
e ele sumiu no vão do infinito
sem ao menos dizer-me adeus.
Inexplicavelmente não houve tempo
vir a saber muito depois
e neste vazio que se nos separa à vida
ele sumiu eternamente.
E como o éter diluiu-se no ar
que desgraça é a morte
sabe de uma coisa
sinto sede de ser ateu.
Mas como se me explicar tudo, - meu Deus
se ao menos sei lá quem sou
é morrer no esquecimento dos meus desenganos.
Ah, morrer
é a pior das sinfonias
ouço Beethoven a 9ª
e ela se me desperta para a Valsa do Adeus
e no barco da morte viajo no tempo
perdido nesta triste agonia.
É Zé...
Santo Antônio de Jesus não há mais
você partiu daqui à senda do infinito
que irônica é a vida
sem tempo de se nos despedir.
Quem sabe, um dia, talvez
encontrar-nos-emos para sorver
quem sabe
a última cerveja
meu amigo
Adeus!
Santo Antônio de Jesus.