Amores de Antigamente
Depois da soleira
Eu me avio, de murmurejo
Se minto, assim desejo
Se verdade é, só por favor
À esquerda há idiotice
À direita, pavor
Onde descanso
Aloja tanto pecador como penitente
Oh, que reconheço tão bem esta gente
De ódio e amor
Têm um sorrisinho como ninguém
E não há muito mais além
Depois da soleira
Sem porta que se tente
Minga a longitude entre
Mim e tudo o resto
Que se dissipa em frente
Oh, quão eu detesto
Este souto de granito
Pois é tudo o que não sei
Que é quase o infinito
E se o infinito é tudo
Então que não se veja
Cheguei aqui devagarinho
Quietinho, tão sorrateiramente
Oh, pobre alma que lacrimeja
Pelos amores de antigamente!