Tempo de lembranças
Sou do tempo da benção aos pais
Sempre que chegar ou sair
Mas hoje isso não se usa mais
A educação deixou de existir
O tempo do namoro mais lento
Primeiro se pegava na mão
A mão boba era um veneno
Mulher não deixava não
Tempo brincar nas ruas
Taco, pega pega e queimada
De bolinha de gude e pião
Alegrava a meninada
Tempo bom de soltar pipa
Comendo a fruta no pé
Bolo de fubá coisa rica!
Eu tomava com café
Tempo de estar nas calçadas
Contando contos e causos
Se divertindo com a criançada
Ninguém ficava estressado
Tempo de festas em casa
Bolo que a velha mãe fazia
Pão com carne moída
Suco de saquinho é o que tinha
Tempo de descer ladeira
Com o veloz carrinho de rolimã
Usava qualquer madeira
Levava de carona minha a irmã
Tempo bom que já passou
A cidade cresceu tanto
Toda essa tradição acabou
E eu relembro chorando
Já se foram meus velhos amigos
Ou mudaram de cidade
Queria tanto revê-los comigo
Eita que tempo de saudade!