Lavender Eyes

Os seus olhos eram duas bocas que eu beijava constantemente, após sentir a textura e o cheiro dos seus cabelos (...)

Valha-me Deus, eis o cheiro da tua respiração!

Inebriante como o vinho, é o cheiro quente das narinas que amolece todo o sistema nervoso.

Ol(fato).

Eu não acreditava que conheceria as pessoas por seus atos e palavras, mas sim pela constância das duas coisas.

Beijava seus olhos, percorria toda a face, vagarosamente, sentindo, pela ponta do nariz, suas linhas de expressão.

Queria compreender o que a Duncan dissera, Zélia, sobre a epiderme da alma.

Queria amaciar os teus olhos, feito um gato ronronante, preparando o ninho.

Sentir o cosmo do globo ocular, sondar, se eu caberia no teu mundo.

Soa esquisito num universo diferente.

Mas, olhos viram bocas.

Testas, um mapa perfeito, dedos indicadores transformam-se em língua.

Cabelos, lavanda num campo, em tempos de colheita.

Abraçar as moitas, apertar cada ramo, adentrar neles.

Orvalho da manhã e o sol surgindo, aquele frescor no ar.

As horas viram apenas um enfeite, um Êxtase inebriado.

Alma plantada, e regada pelo cheiro.

Poeta de Borralho
Enviado por Poeta de Borralho em 18/08/2023
Código do texto: T7864478
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