Lavender Eyes
Os seus olhos eram duas bocas que eu beijava constantemente, após sentir a textura e o cheiro dos seus cabelos (...)
Valha-me Deus, eis o cheiro da tua respiração!
Inebriante como o vinho, é o cheiro quente das narinas que amolece todo o sistema nervoso.
Ol(fato).
Eu não acreditava que conheceria as pessoas por seus atos e palavras, mas sim pela constância das duas coisas.
Beijava seus olhos, percorria toda a face, vagarosamente, sentindo, pela ponta do nariz, suas linhas de expressão.
Queria compreender o que a Duncan dissera, Zélia, sobre a epiderme da alma.
Queria amaciar os teus olhos, feito um gato ronronante, preparando o ninho.
Sentir o cosmo do globo ocular, sondar, se eu caberia no teu mundo.
Soa esquisito num universo diferente.
Mas, olhos viram bocas.
Testas, um mapa perfeito, dedos indicadores transformam-se em língua.
Cabelos, lavanda num campo, em tempos de colheita.
Abraçar as moitas, apertar cada ramo, adentrar neles.
Orvalho da manhã e o sol surgindo, aquele frescor no ar.
As horas viram apenas um enfeite, um Êxtase inebriado.
Alma plantada, e regada pelo cheiro.