Deixado de pé
Não sinto meus pés.
Tropeço em cadarços de sapato que deixei em casa.
Lento, letárgico, vagaroso.
Tenho raciocinado demais em momentos de agir.
Socos, ponta pés, gritos.
Estou atordoado e sem direção agora.
Suplico, grito, almejo. Mas não sou escutado.
Eu próprio não me ouço bem.
Sei de minhas maneiras, manias, "toques".
Não, desta vez eu não irei afirmar como de costume.
Eu não estou louco como vocês já confirmaram algumas vezes.
Estou sentado, mesmo estando de pé.
Meus pés e mãos já não suportam as minhas extremidades.
Eu já não tenho o equilíbrio perfeito.
Alguém tirou de mim, o poder em perceber.
Estou convencido... de que erro em pensar demais.
Me sinto lúcido
Chanceler crivo