Baunilha Amniótica

A Voz de quem gostamos também é um perfume que produz um sorriso ambivalente: desinquietação ou refrigério?

A balada da ocitocina invade nosso sistema nervoso.

E gatos, buscamos esconder nossos focinhos entre as vértebras de um ser desconhecido .

Alí é a casa da árvore, de quando éramos crianças: o lugar mais seguro do mundo.

Não existem chacais, nem terror noturno, o céu reside ali.

O inferno nem é lembrado.

Nos lábios nosso sorriso contém-se para não demonstrarmos a nossa vulnerabilidade, quando encontramos a Via- Láctea nos poros, e mais uma vez, como o gato:

Entranhamos nossas cabeças entre as vértebras da pele madura, como se o nariz fosse a ferramenta mais útil do mundo.

Deus, o diabo e a mulher desejam uma só coisa: a alma do homem.

Porque, afinal, amanhã é segunda-feira.

Virão tantas coisas para resolver, mas as lembranças, estas, são melhores que passiflora.

Lewis e Bukowsky cirandeiam na mente, o amor esmaga os estereótipos.

E todos viram gatos de borralho pois na teia das artérias, aquilo que nos move, despe-se de qualquer vaidade.

O amor é a velha noz de um esquilo pitoresco, que sempre corre da gente: mas não queremos a noz, queremos a complexidade do esquilo.

Poeta de Borralho
Enviado por Poeta de Borralho em 12/08/2023
Código do texto: T7859912
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