CIO NA JANELA
Da janela vejo a rua deserta
e meus lábios faz cera no tempo
soprando as folhas secas
entre o ronco dos motores
do meu olhar transeunte
na vertigem do asfalto
carente do perfume no vento
no instante de tua passagem.
A ferrugem nas dobradiças
num abre e fecha de esperança
rangem como gemidos
sem desviar minha atenção
areia movediça do desejo
beleza rara na miragem
inundando minha imaginação.