A saudade sem dizê-la

A quanto tempo,

Que eu não te via

Trouxe um sorriso,

E a ti daria

Para que se eu não voltasse,

A te ver um dia

Guardasse contigo,

O que de belo eu tinha

Na memória: a face,

No nariz: o olfato

No olhar: o olho,

E na pele: o tato

No fundo a esperança,

de um retorno

E em tudo isso a fé,

De te ver de novo...

Mas se quando eu te olhar,

Fitando bem o seu rosto

Ver teu olho me fitar,

Sei que finda meu desgosto!

Olhe-me então amor meu,

Esta face triste e crua

Tesouro que Deus me deu,

Sempre há de ser só sua.