Flor-de-viúva

Saudades de ti eu tenho

E tenho mesmo

E não me envergonha a explanação

Embora reconheça

Tua anômala desumanidade

Feiticeiro

Deixastes o rastro de destruição

Ao acúmulo de sacrifícios

Adoentados, fraturados e desnorteados

Em perspectiva corrompida

Saudades da vibração eu conservo

Das ondas de teu ressoante brado

Que ainda me encaracolam as vértebras

À ponta da cuca

Desembestando-me o cerne

E que o grilo salte longe

E meu sonho se desvaneça

E tal miragem utópica sucumba

Curvando-se a materialidade

Um dia

Teresa Arabesque
Enviado por Teresa Arabesque em 05/08/2023
Código do texto: T7853720
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