A janela da alma
A janela da alma.
Olho, para o jardim que se -esboça de tristeza,
E penso, como eu era feliz e não sabia!
Aí, há infância! Era um instante, contornado, de sonhos, pena que se acabou!
A infância, era como uma goma de mascar,
Como era doce aquele instante.
Enfeitado de flores, cuspida pelo orvalho,
Perfumante da noite.
Olho, este jardim, e sinto saudade!
Aonde foi que eu soltei da mão do tempo?
Aonde?
Fui me distraindo, entre os sonhos,
E quando acordei, me vi neste nevoeiro,
Hoje com as mãos plácidas, já delicada,
Pelo tempo findouro, toco nas pétalas secas,
Que se- desmancham em minhas mãos.
E um rio, de lágrimas profundas,
Descem em silêncio, da minha alma,
Limpando de dentro para fora,
As lembranças daquele tempo perdido.
Infância, infância, infância, doce sonho,
Resplandecente, entre os dedos da vida.
Rosy Neves.