Quimera
Faz tempo, esperei pra te ver,
Amor, eis que enfim tu voltaste.
Porém pôs-se logo a crescer
Em minha quimera, o contraste.
Há tanto silêncio na noite!
E, nessa tristeza sagrada,
Não há verso que não se afoite,
Cingindo de anseio a alvorada.
Eu guardo a poesia, portanto
- É tua e talvez nem a sintas -
Pois sei que eu ainda te encanto,
Não queiras fingir e nem mintas.