Filhos da Estação de Trem, Poema Para Sizenando Porto (in Memoriam)

Filhos da Estação de Trem (Poema)

“Fui te esperar na Estação/Você veio/O trem não”

“Estação Saudade”, Silas Correa Leite

In, Porta-Lapsos

Para Sizenando Porto, in memoriam

“Somos filhos da Estação de Trem/

Ainda esperando a próxima chegada/

Do Expresso Noturno, que do além

Nos verte, uma saudade encantada/

Chico Preto no sino...e aquele belém/

O carro-chefe do tempo anuncia/

Há sempre a memória de alguém/

Lua de Itararé no céu alumia/

Somos filhos da estação de trem/

Que Maria Fumaça se nos virá?

O pai – um fantasma – algum bem/

O trem Noturno com pinhas do Paraná?/

São tão infinitos esses trilhos/

Mas está abandonada a estação/

Ah meu Deus por onde é que vão/

Esses viajosos e peregrinos filhos?/

A lembrança que ainda nos sustém/

Como um bilhete de velha recordação/

É que somos filhos da Estação de Trem/

Mas, no bagageiro, chora a Solidão!

(Silas Correa Leite)

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