150°
Os dedos dela acariciando os meus
No frenesi de uma frase aleatória
Falei que gostava dela e não conseguia mentir
Dois céticos tentando acreditar no amor
Ela com toda a sua biologia nas veias
Eu com uma filosofia deficitária
No rompante de um assunto serio
Do nada solto algo sobre elefantes
Os sorrisos tímidos invadem a natureza
Nossos olhos se encostam
No espaço curto de tempo a sinto
Um beijo desajeitado vai tomando forma
Os suspiros são ouvidos pelos grilos
No meio do mato a meia com carrapichos
E a simbiose de dois ateus unidos
O fogo do desejo queimando nossos peitos
E eu acordo do sonho que tinha vivido
Ela diz adeus e pede para que eu fique bem
Somos cúmplices de um crime imperfeito
De um amor que não deveria surgir
Otreblig Solrac - O poeta burro