NINHO DISTANTE
Um vazio no peito nasce
Saudades de ser pequenino;
Do colo de minha mãe
Queria ser de novo menino
Queria de novo que me embalasse.
De meu pai as fortes mãos
A me fazer afago
O sorriso franco, sincero
O aconchego de seus abraços
Seu olhar, amizade e proteção
Da infância, minha casa
Plena de quentura e carinho
O calor do fogão à lenha
Os cheiros deste ninho
De onde um dia, bati as asas
Se pudesse brevemente
Ainda que só por um instante
Retornar as cenas passadas
E ao me ver então no lar infante
Sorriria, protegido novamente
Em devaneio, me pego a pensar
A saudade é doce mas traz pesar
Que falta faz meu doce ninho
Uma pergunta surge sem cessar
Porque? Porque, fui abrir minhas asas?