NINHO DISTANTE

Um vazio no peito nasce

Saudades de ser pequenino;

Do colo de minha mãe

Queria ser de novo menino

Queria de novo que me embalasse.

De meu pai as fortes mãos

A me fazer afago

O sorriso franco, sincero

O aconchego de seus abraços

Seu olhar, amizade e proteção

Da infância, minha casa

Plena de quentura e carinho

O calor do fogão à lenha

Os cheiros deste ninho

De onde um dia, bati as asas

Se pudesse brevemente

Ainda que só por um instante

Retornar as cenas passadas

E ao me ver então no lar infante

Sorriria, protegido novamente

Em devaneio, me pego a pensar

A saudade é doce mas traz pesar

Que falta faz meu doce ninho

Uma pergunta surge sem cessar

Porque? Porque, fui abrir minhas asas?

Dante Trindade
Enviado por Dante Trindade em 08/05/2023
Reeditado em 20/06/2023
Código do texto: T7782790
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