Ao Amigo Que Se Foi

Ele não tinha alcunha

Era o amigo por perto

Eramos carne e unha

Faziamos o que era certo

Ele mostrava músicas novas

Animes e até bons filmes

Ele administrava o "rolê"

Manifestava bons costumes

Ele partia o pão

Tirava pacotes de sua mochila

Ele doava o vinho

Nos piqueniques á tardezinha

Ele descobriu a Estação

E a distante árvore-trevo

Ele violou a Torre

E superou todos os medos

Ele chamava pra festa

Tinha sempre algo novo

Ele escolhia sem pressa

Com seu paladar do Touro

Ele respeitava a dor

E não zombava das fraquezas

Ele sonhava com as viagens

E discutia nossas certezas

Ele lutava por justiça

E bolava todos os planos

Ele vestia o kimono

E vencia nossos enganos

Ele tinha a benção

E admirava o panteísmo

Ele filosofava Platão

E os mestres do Estoicismo

Ele era franco

Seu olhar de conquistador

Ele votava branco

Inexplicável anulador

Ele desviava do Mal

Não compactuava com litígios

Ele policiava o grupo

E abominava os ilícitos

Ele era forte

Mas seu corpo era frágil

Ele confiava no Golpe

Com seu sorriso indecifrável

Ele faz falta

Sua companhia era perfeita

Mas trocou de alma

E a amizade foi desfeita

Dedicado ao amigo taurino que nasceu em 8 de maio e que faleceu em 2019

Glaussim
Enviado por Glaussim em 04/05/2023
Reeditado em 04/05/2023
Código do texto: T7779564
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