Saudade (…)
Todos os dias insistes me visitar,
cobrando tudo o que não tenho,
onde nada tem passado ou presente
onde os pensamentos adormeceram
num cansaço que vai além de mim.
Sempre trazes as mesmas lembranças
num leque de palavras de silêncio,
palavras que escolhes pacientemente,
para me dizerem que sou feito de ti,
como um caminho intemporal...
Hoje em especial trouxeste a nostalgia
via-a à janela do tempo, impiedosamente
a gritar que tu és saudade tatuada em mim!
Incendiando o silêncio, como se não soubesse.
O corpo dolorido dos penhascos que saltei
na transparência do abismo da vida real
onde adormeci profundamente em pleno voo…
Porque vez todos os dias?
Amanhã virás me ver, quem vem contigo?
A solidão? Como um mármore frio…
Tanto amor te doei ao escrever sobre ti no tempo,
onde foste passado, presente e futuro…
Porque não me trazes a voz dela ou o olhar?
Porque me castigas assim.…saudade!
…