O JARDIM NEGRO
As rosas mais perfumadas
Coloridas e brilhantes
Rodeavam uma figura inerte
Não podia senti-las
Mas com certeza notava de onde estivesse
O encantamento e o zelo que lhe homenageavam
Lindos buquês e coroas ornamentados
Numa prece breve
Os saudosos se amontoavam num último adeus
Relembrando com saudade
Um tempo que já não é útil
Criticam-me por falar da morte?
Com sorte, ainda falo.
Há quem prefira ignorar
Todos nós sabemos o inevitável.
Bater na madeira três vezes
Afastar o mau-agouro, a falação,
Para o que não podemos evitar?