Gente Humilde

Amo caminhar pela cidade sem compromisso

Ouro Preto inspira.

Sinto feliz em observar os casarões históricos

verdade que o cheiro de mofo  pode incomodar narinas mais sensíveis

porém até esse sentido do olfato me faz sentir transportado fazendo crer

ser o "perfume" exalado de um tempo que não volta.

(os porões em Ouro Preto, dizem,esconder fantasmas da época da escravidão, o que nem um pouco duvido).

Vou em minhas caminhadas ladeira acima com o consolo que depois de tanto subir

testando o preparo físico, existe o momento de descer, o que força as panturrilhas mas alivia

o esforço cardíaco na íngreme topografia típica da antigamente chamada Vila Rica .

Amo observar os detalhes das fachadas e se acaso tem alguma exposição na Casa dos Contos,

não exito em parar para respirar um pouco de arte.

A aventura desse dia foi até o final da bela rua São José onde tem a vista do casario do Bairro do Pilar.

A emoção veio sorrateira, quando na parada para hidratação,  de algum sobrado sobressaiu o som de uma melodia,

uma música antiga que meu pai muito gostava,

na voz de Taiguara, ecoava "Gente Humilde",

exatamente quando um aperto no peito fez cair nem sei porque lentamente uma lágrima...