Minha (in)sanidade
Eu vi amanhecer
nos olhos do poeta
alheio ao tempo
e sentado
na porta entreaberta
do meu pensamento
Eu vi o resplandecer
da noite
em mil pontos de luz
-teorema
no toque
furtivo-.
sentimentalização
do
poema.
Eu vi
recordo-me
E nas esquinas
que percorres
sem meu olhar
e nos caminhos
que teus passos teimam
em descortinar.
Deixas o perfume,
esse que impregnou
a cama,
- e a tua roupa
que esqueceste
e com a qual me cubro-
Numa eterna sucessão
de partidas
e chegadas.
Agora, deixas
que a saudade escorra
dos teus olhos
- salgada -
e alcance teus lábios
que
ainda carregam
solentemente
o melhor pedaço
da minha eternidade.
E entre um devaneio
ou outro
permitas
vez em quando
tuas mãos
redesenharem
a minha (in)sanidade.