Reunindo os Pedaços
Perdeu-se pela névoa da noite.
E brilho dos olhos ficaram opacos.
Viu o fim das etéreas ilusões.
Quis não deixar ir embora.
Mas foi-se e veio tristeza.
Quão eterna foi a efemeridade.
Marcou a ferro em brasa.
Destilou veneno que era doce.
E a ternura ficou rude.
E o cheio ficou vazio.
Tensão matou a calma.
O cristal fez-se em pedaços.
Cacos de sentimentos.
Fragmentos de emoções.
Sobras do que era essência.
Tarde demais.
Já passou da hora.
Não adianta tentar.
O presente incomoda.
O passado não morre.
Só morro eu mesmo.
Perdido em pedaços.
Rasgando fotografias.
Esquecendo o horário.
Invadindo as madrugadas.
Declamando às estrelas.
Pedindo piedade à lua.
Gritando em dores.
Calando-me em silêncio.
Fechando os olhos.
E só vendo você.
Gilberto Brandão Marcon
17/07/2001