Eu Menino

Queria eu,

Andar perdido,

E ser apanhado por uma pancada de chuva,

Bem no meio do caminho.

O "eu" surpreso,

Desprevenido,l

Não deu tempo de abrir o guarda chuva,

Para cobrir o menino.

Ele despertou!

Sentiu o cheiro da chuva,

Que subia do asfalto abafado,

Caíram os primeiros pingos,

O grande "eu", ficou abalado.

Lutando contra uma vontade quase incontrolável,

Se rendeu por um momento,

Olhou para o céu e abriu a boca,

Sentiu o mesmo gosto que vinha do passado.

A frequência aumenta,

Tudo,

Tudo molhado.

É daquelas chuvas que lavam a alma,

E tudo mais que tiver carregado.

O "eu" corre para se proteger,

Mas o menino insiste em m brincar,

Pulava em poças,

Em zigue-zague,

E carregava a alegria no olhar.

Por alguns instantes a criança reinou,

Provou ao "eu" que ainda estava lá,

Ao chegar em casa,

Agradeceu o passeio

E voltou a repousar,

Mas antes disso,

Disse:

Se precisar de ajuda,

Sabe onde me encontrar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 14/01/2023
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