Eu Menino
Queria eu,
Andar perdido,
E ser apanhado por uma pancada de chuva,
Bem no meio do caminho.
O "eu" surpreso,
Desprevenido,l
Não deu tempo de abrir o guarda chuva,
Para cobrir o menino.
Ele despertou!
Sentiu o cheiro da chuva,
Que subia do asfalto abafado,
Caíram os primeiros pingos,
O grande "eu", ficou abalado.
Lutando contra uma vontade quase incontrolável,
Se rendeu por um momento,
Olhou para o céu e abriu a boca,
Sentiu o mesmo gosto que vinha do passado.
A frequência aumenta,
Tudo,
Tudo molhado.
É daquelas chuvas que lavam a alma,
E tudo mais que tiver carregado.
O "eu" corre para se proteger,
Mas o menino insiste em m brincar,
Pulava em poças,
Em zigue-zague,
E carregava a alegria no olhar.
Por alguns instantes a criança reinou,
Provou ao "eu" que ainda estava lá,
Ao chegar em casa,
Agradeceu o passeio
E voltou a repousar,
Mas antes disso,
Disse:
Se precisar de ajuda,
Sabe onde me encontrar.