PÁGINA AMARELADA
PÁGINA AMARELADA
Página vivida,
As vezes ainda não virada.
E mesmo virada,
Ainda assim lembrada.
Golpeia o coração,
Na velocidade do pensamento.
De quem compartilhou a vida.
Ou apenas alguns momentos,
Atinge todos os pontos,
Fracos e fortes.
Existe saudade com nome e sobre nome,
Com endereço certo,
De quem está bem longe,
Também de quem está bem perto.
Sem razão,sem explicação.
E parece ter asas.
Tem saudade com gosto de infância.
De doce de avó e bolo de chuva.
Bule de café no fogão de lenha,
Aquecendo e alimentando.
Saudade ataca quem fica,
Persegue quem foi.
Saudade também aperta.
E vaza nos olhos como represa.
A saudade é assim,
Nos parte bem no meio.
Nos revira pelo avesso,
Para mostrar por dentro,
O que temos de recheio.
Tem saudade que tem cura,
Tem saudade que é loucura incurável.
Tem saudade que é doçura,
Tem saudade que é frescura e não frescor.
Tem saudade que é castigo,
Parece uma punição.
De quem não soube aproveitar o presente,
Que logo virou passado.
Algumas saudades tem gosto de chuva,
Mas todas são apenas comprovação,
Que algo vivido foi real.
Obra de Brione Capri,Direitos Autorais Reservados a o Autor