Aquele amor profundo
Tão profundo que chega a doer.
A alma repousa sobre o corpo
Retorcida em seus dramas.

 

O silêncio lhe chama.
O vento lhe acaricia.
As flores lá fora são para enfeitar
sua manhã...

 

Lá fora, os orvalhos
são lágrimas não choradas
Numa primavera platônica.

 

Não bastava o corpo.
O extase de encontrar-te.

 

Não bastava a loucura
de não ver o tempo
a nos envelhecer,
a fenecer uma existência,
uma essência...
a se perder no oceano das paixões.

 

Durante a insônia
os umbrais das sombras 
que transmutam a madrugada
em alvorecer.

Nas tempestades das monções.

 

E, na claridade,
o escuro de teus olhos
irá iluminar meu momento.
E, então ver será enxergar.

 

Aquele amor profundo
esquadrinhado em giz
no quadro negro da memória.

Deveria bastar.

 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/11/2022
Reeditado em 22/11/2022
Código do texto: T7655674
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