Saudades
Ho que saudades
do meu tempo de criança,
da aurora da minha vida...
Quão doce lembrança!
Da minha rua de terra
das bolinhas de gude,
das corridas e das quedas
dos senhores bons e rudes.
Há minha infância!
Por que foste tão acelerada,
Perdoe minha intolerância ,
sei que jamais voltará ,
considere-se perdoada.
Esta saudade aperta, aperta
tanto que faz doer,
é como uma flecha que penetra
o coração deste pobre ser.
Como não posso arrastar-me ao tempo,
prossigo a vida e assim me contento,
nunca perdi a bendita esperança,
o tempo passou
e continuo criança.