Máquina Singer

 

Cresci meio aos retalhos

Das cortinas amontoadas

Que minha mãe cortava

Para enfeitar as casas dos outros.

Meus calções eram folhagens

Que tapavam as bobagens

Que a vergonha pensava esconder.

Brincava no quintal da casa

Correndo para todo lado

Feliz com a nova roupagem

Feita dos cortes sobrados

De estofados que nunca sentei.

Ainda me lembro daquela cena

Tão linda! Minha mãe sentada

À frente da velha máquina Singer

Eu, ao seu lado pequenino ainda

Brincando com os botões encapados

Alguns coloridos, usados para adornar

Os tecidos e ganhar a vida.

 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 10/11/2022
Reeditado em 03/06/2024
Código do texto: T7646747
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