IGNORÂNCIA SINGELA

Quão ignorante sou

Indago a mim mesmo, assim.

Como quem nem gosta mesmo de mim.

É com pesar que anuncio a vinda,

De não uma nova etapa, nem um nova história.

Anuncio uma repetição do que fiz e ficou na memória.

São tantos anos por aí a fio,

Que sequer me lembro de detalhes menores.

Tantos anos sofridos e chorados,

Que sem choro seriam piores.

É verdade que vem mais conhecimento.

No entanto, a grande custo e alto preço...

Numa outra frase revelo a descontinuidade,

De quem sempre amou em promiscuidade.

E que ignorância singela,

São tantas paredes derrubadas,

Por tantos muros levantados.

Era melhor ficado na beira,

Do que ter pulado por besteira...

No entanto, fico menos pior...

Mesmo com tanta dor...

E mesmo tão só...

Graças a Deus quem está aqui,

Bem do meu lado, comigo,

Tem me livrado um pouco mais do perigo...

Do jeito que como e do jeito que durmo,

Mesmo que por dentro não assumo...

Tem me tomado a vontade de viver...

E a própria vida, se pode crer...

Não quero ir agora...

Mas parece que a morte já demora...

É triste não saber...

Sempre a hora de ir embora...

Seja dessa vida ou da memória...

Ou da minha própria...

De quem eu queria mais agora...